quinta-feira, 29 de maio de 2008

Distante

Num mundo onde “yes” é sim “sinhô”
E meu amor, “arigatô”
Aonde se escondem os “tus”, “éguas” e “pai d’éguas”?
Já não é mais bonito ir à tacacazeira no fim da tarde
Dançar carimbó chega dá saudade!
As serestas não tocam mais de esquina em esquina, boemia
Geralmente apenas numa cidade velha fica
Em que bairros se escondem os ribeirinhos de terra firme?
Esqueceram o quão miserável foi a luta até conquistar as rugas da “liberdade”
Não ligam mais se devemos seguir em busca da identidade
Vão ao Feliz e não enxergam o passado nem na ponta do nariz!
E eu ainda me pergunto o porquê deste descuido e desapego
Essa gente serve-se de pelego


Para saber o que é sofrer, morrer e ser esquecido
Pelo amor da pátria morta
Uma ferida exposta
Não a tocamos e nem dói
Não há perguntas, muito menos respostas

Acanho-me no meu canto
Continuo neste mar de pranto
Donde chora-se e não se conhece a razão
Neste rio de gente sofredora
Sem conhecer o início, vivendo o meio e caminhando até o fim
Com medo, sem esperança, cega diante da glória.



::Escrito por Fernanda Tamie Isobe Lima - 29/05/2008::

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