Ele era fiel como um cão de guarda, um amigo difícil de encontrar por ai. Nós encontrávamos em bares por ai, eu conversava sobre Grécia e Roma antiga, sobre como a democracia fora criada pelo povo heleno e, sobretudo de história. Enquanto ele me explicava sobre a nova ordem multipolar, a desintegração da união soviética, enfim, geografia era sua área predileta. Eu não tinha nenhum tipo preconceito sobre a sua matéria complexa. E ele também, quanto a minha cheia de antiguidades e antagonismos.
Perdi as contas de quantas vezes nós desmoralizávamos em sala de aula um contra o outro. Era divertido falar mal de outros profissionais do ramo nós colocando, é claro, como os melhores do estado (e quem sabe do mundo). Conversávamos sobre mulheres e internet, sendo que esta última era a que levava maior tempo, já que todo papo sobre mulher terminava em “pizza”. Ficávamos horas em salas de bate-papo conversando sobre planos de aulas, de como nós iríamos fazer nossas aulas de informática, tirar dúvidas de alunos e qual a melhor cerveja do botequim que tinha o seguinte o slogan: “Lugar de gente inteligente”.
Lembro-me de uma vez que eu e uma amiga saímos do cursinho, ele veio do nada a segurou pelo braço. Ela levou um susto pensando que era algum individuo suspeito, mas era ele quase cego durante um exame oftalmológico e uma ressonância magnética.
Sempre tivemos nossas divergências e opiniões formadas sobre tudo, tudo mesmo, até sobre as mínimas coisas. Os pequenos detalhes não eram perdoados, tudo tinha que ser discutido com toda cautela e com minuciosidade. Era virtuoso e elegante. Não me lembro de vê-lo pra baixo e ele sempre que podia,levantava minha auto-estima como ninguém.
Por mais que eu o perca por qualquer motivo seja discutindo Atenas ou a transposição do rio São Francisco, ele será sempre um dos melhores amigos que já conheci nessa vida e isso é irrefutável.
::Escrito por Elio Rogério ; Em:13/05/2008::
terça-feira, 13 de maio de 2008
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